quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Espírito natalício

-Que silêncio é este?
-É a cidade a dormir... Estamos no colo dela, e ela faz-nos festas no cabelo com esta brisa que sentes vir do rio...
-Dizes coisas tão lindas...
-Só tento preencher o ambiente com o que a tua beleza me faz sentir... Sabes que nunca percebi o brilho do luar até o ver reflectido nos teus olhos?
-Eu sei que... Só te conheci hoje... e se calhar... se calhar vou ter coragem de te dizer isto por causa de ter bebido um pouco demais daquele vinho maravilhoso que bebemos mas... a verdade é que estou a sentir uma coisa cá dentro que nunca senti... Se calhar é a isto que eles chamam de... de amor... eu... eu acho que te amo Jack...
-Eu também te amo... e tenho a certeza de que é disto que eles falam nos livros...
Ele afasta uma madeixa de cabelo da frente dos olhos dela e aproxima-se para a beijar enquanto a envolve com o braço esquerdo e lhe segura a nuca... O beijo é longo e ela sente que todos os anos de espera renderam os seus frutos... Que afinal as suas amigas estavam erradas quando a incitavam a desabrochar com alguém para perceber o que estava a perder... afinal este era o príncipe encantado que a vida lhe reservava e finalmente lhe tinha oferecido...
Ele continuava a segurar-lhe na nuca e ela sentia-se protegida... Quando ele começou a apertar cada vez mais ela pensava que era a excitação, que o facto de não se conseguir mexer era a paralisia da emoção... Mas quando sentiu um golpe sêco na fonte, o sangue quente a escorrer pela cara enquanto o via a afastar a cara com uma expressão de pesar, percebeu o quão estava errada...
-Eu também te amo querida... -disse ele com uma voz sofrida, e virando o olhar para o rio murmura- Eu amo-vos a todas...
Afagou com o polegar a pedra de calçada que tinha na mão direita e desferiu novo golpe, e outro, e outro... Até não restar humanidade naquele rosto que até há pouco se assemelhava ao de um anjo... Espalhou o sangue pelo cabelo dela até ficar com um tom ruivo e despediu-se enquanto a empurrava para a beira do pontão...
-Adeus Lurdes...
A dôr foi insuportável, tanto que já entrara em choque e já pouco sentia... E no choque já não percebia o que se passava e o porquê de ele lhe estar a chamar um nome que não era seu... e nesta dúvida ficou quando sentiu a àgua gelada a engolir o seu corpo, e a encher os seus pulmões...
Em breve tudo acabava...

8 comentários:

Martinho disse...

Então Jack, ainda combalido, manda-se do precipício...

Afonso disse...

Ah! Faltava sangue na Lurdes :)

Treze disse...

Nice and soft christmas story! hehe
I LIKE IT!

Ads disse...

Li depois do almoço e até ajudou o bife a aconchegar-se mais um pouco.
Ainda deu ali umas voltas, mas quando sossegou :)

Anónimo disse...

e foi embalada nesta mórbida história do pseudo-amor/terror que concluo que tudo está bem quando acaba mal.

Anónimo disse...

esta perfeito, fazes as coisas num nivel diferente, so repetiste a palavra "cara". ;)

Sassa disse...

*

Anónimo disse...

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