Boas tardes. Hoje dei por mim a matutar numa gritante falta de profissionalismo de um sector do mundo cinematográfico. Apesar de não ser um grande cinéfilo já possuo uma certa cultura em filmes visionados (3), o que me fez então reparar na displicência de uma parte dos integrantes desta indústria, estando até a pensar em escrever uma carta de repúdio ao sindicato destes senhores, o sindicato dos Maus.
De facto os maus têem deixado muito a desejar no mundo do cinema através dos tempos. Vêmo-los muitas vezes no princípio dos filmes, muito organizadinhos e com cara de maus (nisso cumprem a sua função com brilhantismo), a preparar coisas como o plano e as armas e pensamos "É pá isto de facto ainda não vi os bons, mas certamente não irão ter hipóteses, dada a excelsa qualidade que estes maus parecem apresentar".
Mas eis que senão quando, os maus começam a desiludir. Quantas vezes não vimos o mauzão numa situação em que, com o bom á sua mercê, lhe fica a contar todo o seu plano ao pormenor com cada vírgula no sítio, em vez de o assassinar logo? Que displicência! Podia ganhar ali a sua batalha! Matava o bom e toda a gente sairia do cinema dizendo "De facto aquele mau mereceu ganhar. Que exibição sublime."
Mas não. Como está 2 horas no patati-patata, o bom já teve tempo para se desenvencilhar das algemas e para comer um Cornetto. E então quando finalmente o mau diz "...e foi então assim a minha primeira comunhão. Bem, agora já te posso matar.", claro que o bom se solta e o resto é história(s) do cinema.
Mas além de pouco profissionais tenho constatado que também não são, infelizmente, lá muito inteligentes. Depois de toda aquela boa impressão que nos deixam no início, que põe miúdos e graúdos a pensar "É isto que eu quero ser, quanto tempo demorará aquela barba a crescer?" desiludem-nos mais uma vez naquelas cenas clássicas em que se querem fazer passar por bons para sacar informações dos heróis e cometem um erro primário daqueles de tratar o herói pelo nome sem que este ainda lho tenha sido revelado, ou outra parvoíce do género. Pelo amor de Deus! Gostava de saber em que faculdade de maus andaram estes maus, francamente. Qualquer merceeiro se lembraria do que poderia ou não poderia dizer ao herói, mas um espião russo não consegue, é demasiado complicado.
Isto tudo para não falar ainda nas poucas capacidades técnicas dos maus, pois a sua falta de pontaria é sempre angustiante. Os bons pronto, falham uns tiros e acertam outros, uma exibição consistente, simpática até. Os maus têem sempre a mira desalinhada, pois atiram sempre para os pés dos bons e falham. O espectador tem que se contentar apenas com umas meras faíscas no chão, quando o que queria mesmo ver era sangue de bom. Quando lá finalmente acertam é sempre no ombro do bom, o que lhe permite sempre derrotar o mau á mesma mas ainda com mais mérito, pois tem um ombro danificado.
Por isso faço aqui um apelo sincero aos maus desta indústria. Vamos lá rapazes. Sem trabalho não se consegue nada. Vamos la esforçar-nos um bocadinho mais, pode ser?
Ainda estou á espera dum filme mais ou menos ao contrário, em que um conceituado bom vê ser-lhe atribuída uma missão daquelas quase impossíveis, mas que nos dá a impressão de que se alguém consegue cumpri-la é ele, e é logo morto pelo primeiro reles soldado do exército mau, que por acaso so estava ali a descascar batatas para o almoço quando viu o bom e então abateu-o com um só tiro.
Era bonito... e os maus precisam dum filme assim para lhes levantar a moral. Vamos lá pensar nisso ok? Obrigado.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Excerto de uma noite agitada
Entro na sala, pouso o casaco.
Há cerveja para todos, mas uma garrafa de Coca-Cola fresquinha pisca-me o olho e cede-me um copo. Adiciono 2 cubos de gelo.
A sala está cheia, ouve-se musica ao fundo, a luz é a suficiente.
A multidão mistura-se com o fumo, uma falsa nebula fria, e aos poucos reconhecem-se rostos...
A Sónia, o Rui, o Tó...o Socrates, o Vasco...
"Como!? Não pode ser! O Vasco está aqui? Não o via há imenso tempo!"
Pouso o copo num pequeno tampo à minha direita e avanço, de braço estendido e sorriso no rosto, e cumprimento a multidão.
O fumo cheira a pipocas e há algodão doce para todos. Claro que sim.
Nos ouvidos ecoam alguns ritmos conhecidos, há karaoke, mas rápidamente Miguel Sousa Tavares - o vizinho do lado - interrompe a festa queixando-se do barulho a altas horas. De seguida lança a beat e começa-lhe a dar, tipo MC, queixando-se que a policia apenas o pressegue "porque é preto".
A multidão vibra...
O Rui está em cima de uma coluna, a Sónia transforma-se num frango de churrasco gigante.
O meu copo de Cola passa por mim a correr e sinto um pontapé na canela.
Vejo que afinal o pequeno tampo era a cabeça de Marques Mendes, que se encontra de pijama a correr sobre brasas, em circulos...como quem afirma que...está a correr em circulos sobre brasas, de pijama, porque...
O meu raciocinio perde-se quando oiço a Sónia, ao fundo da sala, dizer que ficou "mal passada".
O Rui está agora debaixo da coluna.
Tem uma teoria de que toda a gente gosta de ir para cima das colunas mas poucos têm coragem para ir para debaixo delas...
Aceno com a cabeça. É simplesmente tarde.
Uma inundação violentissima deflagra e ameaça varrer o mobiliário pela janela.
Felizmente acaba por não ser nada por causa do detector.
O algodão doce acaba e o Rui decide sair debaixo da coluna.
Ambos confessam que ficaram bons amigos.
Miguel Sousa Tavares escreve 2 livros, um dos quais é acusado de ser uma cópia do menu do Chimarrão de Alvalade.
O clima fica hostil e Marques Mendes decide pedir eleições antecipadas...pela terceira vez.
O Rui sai e leva a Sónia, que agora não é mais que 2 asas e um pescoço.
A multidão dispersa.
São 8H...acordei.
Há cerveja para todos, mas uma garrafa de Coca-Cola fresquinha pisca-me o olho e cede-me um copo. Adiciono 2 cubos de gelo.
A sala está cheia, ouve-se musica ao fundo, a luz é a suficiente.
A multidão mistura-se com o fumo, uma falsa nebula fria, e aos poucos reconhecem-se rostos...
A Sónia, o Rui, o Tó...o Socrates, o Vasco...
"Como!? Não pode ser! O Vasco está aqui? Não o via há imenso tempo!"
Pouso o copo num pequeno tampo à minha direita e avanço, de braço estendido e sorriso no rosto, e cumprimento a multidão.
O fumo cheira a pipocas e há algodão doce para todos. Claro que sim.
Nos ouvidos ecoam alguns ritmos conhecidos, há karaoke, mas rápidamente Miguel Sousa Tavares - o vizinho do lado - interrompe a festa queixando-se do barulho a altas horas. De seguida lança a beat e começa-lhe a dar, tipo MC, queixando-se que a policia apenas o pressegue "porque é preto".
A multidão vibra...
O Rui está em cima de uma coluna, a Sónia transforma-se num frango de churrasco gigante.
O meu copo de Cola passa por mim a correr e sinto um pontapé na canela.
Vejo que afinal o pequeno tampo era a cabeça de Marques Mendes, que se encontra de pijama a correr sobre brasas, em circulos...como quem afirma que...está a correr em circulos sobre brasas, de pijama, porque...
O meu raciocinio perde-se quando oiço a Sónia, ao fundo da sala, dizer que ficou "mal passada".
O Rui está agora debaixo da coluna.
Tem uma teoria de que toda a gente gosta de ir para cima das colunas mas poucos têm coragem para ir para debaixo delas...
Aceno com a cabeça. É simplesmente tarde.
Uma inundação violentissima deflagra e ameaça varrer o mobiliário pela janela.
Felizmente acaba por não ser nada por causa do detector.
O algodão doce acaba e o Rui decide sair debaixo da coluna.
Ambos confessam que ficaram bons amigos.
Miguel Sousa Tavares escreve 2 livros, um dos quais é acusado de ser uma cópia do menu do Chimarrão de Alvalade.
O clima fica hostil e Marques Mendes decide pedir eleições antecipadas...pela terceira vez.
O Rui sai e leva a Sónia, que agora não é mais que 2 asas e um pescoço.
A multidão dispersa.
São 8H...acordei.
(Algures em Agosto)
Um Bom Natal para todos e um Feliz 2008!
domingo, 23 de dezembro de 2007
Amigos da Lurdes
Senhoras e senhores:
É com grande honra que vos apresento esta singela obra prevista a ter um impacto comum
porém singular...
A ideia foi "agarrar" momentos que ficaram gravados e revivê-los mais uma vez e apelar á continuidade dos mesmos que são tão bons & compensam tanto...
Um abraço a todos e... não(!) agarrem a lurdes! ;D
Enjoy
É com grande honra que vos apresento esta singela obra prevista a ter um impacto comum
porém singular...
A ideia foi "agarrar" momentos que ficaram gravados e revivê-los mais uma vez e apelar á continuidade dos mesmos que são tão bons & compensam tanto...
Um abraço a todos e... não(!) agarrem a lurdes! ;D
Enjoy
sábado, 22 de dezembro de 2007
Miau fru fru
- Tou-ta dizer!... O que custa é a primeira linha!
- Ah pá... E sei lá se a cena vai sair fixe...
O gato mia com o cio (ou a excitação de ser estúpido).
Põe-se em cima do modem e lambe-se.... estará a conectar-se a sites moralmente duvidosos?
Não! - transmite-me ele - Sou apenas um insolente animal indolente. Vivo da comida e do calor que vocês me dão e ainda vos importuno à noite.
Eu miro-o com um olhar cúmplice e ambos nos rimos à gargalhada e brindamos à nossa igualdade.
- Ah pá... E sei lá se a cena vai sair fixe...
O gato mia com o cio (ou a excitação de ser estúpido).
Põe-se em cima do modem e lambe-se.... estará a conectar-se a sites moralmente duvidosos?
Não! - transmite-me ele - Sou apenas um insolente animal indolente. Vivo da comida e do calor que vocês me dão e ainda vos importuno à noite.
Eu miro-o com um olhar cúmplice e ambos nos rimos à gargalhada e brindamos à nossa igualdade.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
O Menino-Prenda
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
inacreditável...
Desculpem lá, estou com bloganeira...
o que é que é esta merda? esta gaja devia ser proibida por lei de procriar.
o que é que é esta merda? esta gaja devia ser proibida por lei de procriar.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
IC
- Ahahah, eu e a minha criatividade enganámos-vos bem, não foi criatividade?
- Foi sim meu chouricinho!
- Humm, já te disse que em público não....
Parece que Manoel de Oliveira, o realizador mais idoso do mundo em actividade, completou 99 anos há dias. Quando lhe informaram que era o seu dia de anos parece que ele jubilou:
- Estou muito pheliz por completar IC anos!
Claro que para comemorar este feito, o menir decidiu realizar um novo filme. Depois de raspar dois seixos para o imprescindível fogo, pegou num deles e ia começar a desenhar na caverna quando:
- Não Manel pá, nós agora temos câmaras, algumas até são digitais pá...
- É pá, isto de facto os tempos sao outros...
- Foi sim meu chouricinho!
- Humm, já te disse que em público não....
Parece que Manoel de Oliveira, o realizador mais idoso do mundo em actividade, completou 99 anos há dias. Quando lhe informaram que era o seu dia de anos parece que ele jubilou:
- Estou muito pheliz por completar IC anos!
Claro que para comemorar este feito, o menir decidiu realizar um novo filme. Depois de raspar dois seixos para o imprescindível fogo, pegou num deles e ia começar a desenhar na caverna quando:
- Não Manel pá, nós agora temos câmaras, algumas até são digitais pá...
- É pá, isto de facto os tempos sao outros...
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
YA!!!! BORA AÍ
Depois de ver o armagedon pela 12ª vez Bush levantou-se e disse: - Tenho uma ideia...
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Putas em Portugal e no Mundo
Um abraço especial aos meus Irmãos Catita
não percam este FIVE STARS VIDEO LOOOL
não percam este FIVE STARS VIDEO LOOOL
domingo, 9 de dezembro de 2007
Strike 1
A minha criatividade veio aqui neste Domingo, dia 9 de Dezembro anunciar que está em greve.
As suas exigências ainda não são conhecidas, pelo que estou a tentar todos os esforços diplomáticos para perceber qual o propósito desta brusca decisão. Ela refere apenas que não está satisfeita com as condições de trabalho e ameaça tomar sérias medidas se a situação não for resolvida. Diz-me ainda para não responder a quaisquer perguntas sobre o assunto, pelo que vou respeitar este desejo, temendo possíveis represálias.
Contudo, diz que vai manter os seus serviços mínimos, como as piadas secas em jantares.
(deixou-me só esta última de borla pelos velhos tempos)
Obrigado.
As suas exigências ainda não são conhecidas, pelo que estou a tentar todos os esforços diplomáticos para perceber qual o propósito desta brusca decisão. Ela refere apenas que não está satisfeita com as condições de trabalho e ameaça tomar sérias medidas se a situação não for resolvida. Diz-me ainda para não responder a quaisquer perguntas sobre o assunto, pelo que vou respeitar este desejo, temendo possíveis represálias.
Contudo, diz que vai manter os seus serviços mínimos, como as piadas secas em jantares.
(deixou-me só esta última de borla pelos velhos tempos)
Obrigado.
sábado, 8 de dezembro de 2007
Televisão
Num destes dias imaginei o mundo perfeito e o Quimbé não entrava nele.
Isto há coisas levadas da breca...
Peço imensa desculpa a todos.
Isto há coisas levadas da breca...
Peço imensa desculpa a todos.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Lurdes, Vai fazer pipocas que o fricassé estava uma merda e eu já estou farto de te ouvir - Season 1- Episode 2
Caros Leitores,
Aqui nos encontramos novamente neste nosso espaço dedicado à cinematografia...
Relembro que o objectivo destes nossos encontros é o de retirar do baú pequenos momentos de filmes que tenham de algum modo tocado a minha vida do ponto de vista cómico e não tem como objectivo directo fazer-vos rir mas sim relembrar essas pequenas perolas perdidas em filmes por vezes mediocres mas que ficam nos anais... (colocar piada)
PRAISEEE DA LORDAAHHAA
1988 - Um príncipe em Nova York (Coming to America) - Eddie Murphy
"A young man that you all know as Joe the Police man from the What's going down episode of Thats my Momma"
Aqui nos encontramos novamente neste nosso espaço dedicado à cinematografia...
Relembro que o objectivo destes nossos encontros é o de retirar do baú pequenos momentos de filmes que tenham de algum modo tocado a minha vida do ponto de vista cómico e não tem como objectivo directo fazer-vos rir mas sim relembrar essas pequenas perolas perdidas em filmes por vezes mediocres mas que ficam nos anais... (colocar piada)
PRAISEEE DA LORDAAHHAA
1988 - Um príncipe em Nova York (Coming to America) - Eddie Murphy
"A young man that you all know as Joe the Police man from the What's going down episode of Thats my Momma"
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Espírito natalício
-Que silêncio é este?
-É a cidade a dormir... Estamos no colo dela, e ela faz-nos festas no cabelo com esta brisa que sentes vir do rio...
-Dizes coisas tão lindas...
-Só tento preencher o ambiente com o que a tua beleza me faz sentir... Sabes que nunca percebi o brilho do luar até o ver reflectido nos teus olhos?
-Eu sei que... Só te conheci hoje... e se calhar... se calhar vou ter coragem de te dizer isto por causa de ter bebido um pouco demais daquele vinho maravilhoso que bebemos mas... a verdade é que estou a sentir uma coisa cá dentro que nunca senti... Se calhar é a isto que eles chamam de... de amor... eu... eu acho que te amo Jack...
-Eu também te amo... e tenho a certeza de que é disto que eles falam nos livros...
Ele afasta uma madeixa de cabelo da frente dos olhos dela e aproxima-se para a beijar enquanto a envolve com o braço esquerdo e lhe segura a nuca... O beijo é longo e ela sente que todos os anos de espera renderam os seus frutos... Que afinal as suas amigas estavam erradas quando a incitavam a desabrochar com alguém para perceber o que estava a perder... afinal este era o príncipe encantado que a vida lhe reservava e finalmente lhe tinha oferecido...
Ele continuava a segurar-lhe na nuca e ela sentia-se protegida... Quando ele começou a apertar cada vez mais ela pensava que era a excitação, que o facto de não se conseguir mexer era a paralisia da emoção... Mas quando sentiu um golpe sêco na fonte, o sangue quente a escorrer pela cara enquanto o via a afastar a cara com uma expressão de pesar, percebeu o quão estava errada...
-Eu também te amo querida... -disse ele com uma voz sofrida, e virando o olhar para o rio murmura- Eu amo-vos a todas...
Afagou com o polegar a pedra de calçada que tinha na mão direita e desferiu novo golpe, e outro, e outro... Até não restar humanidade naquele rosto que até há pouco se assemelhava ao de um anjo... Espalhou o sangue pelo cabelo dela até ficar com um tom ruivo e despediu-se enquanto a empurrava para a beira do pontão...
-Adeus Lurdes...
A dôr foi insuportável, tanto que já entrara em choque e já pouco sentia... E no choque já não percebia o que se passava e o porquê de ele lhe estar a chamar um nome que não era seu... e nesta dúvida ficou quando sentiu a àgua gelada a engolir o seu corpo, e a encher os seus pulmões...
Em breve tudo acabava...
-É a cidade a dormir... Estamos no colo dela, e ela faz-nos festas no cabelo com esta brisa que sentes vir do rio...
-Dizes coisas tão lindas...
-Só tento preencher o ambiente com o que a tua beleza me faz sentir... Sabes que nunca percebi o brilho do luar até o ver reflectido nos teus olhos?
-Eu sei que... Só te conheci hoje... e se calhar... se calhar vou ter coragem de te dizer isto por causa de ter bebido um pouco demais daquele vinho maravilhoso que bebemos mas... a verdade é que estou a sentir uma coisa cá dentro que nunca senti... Se calhar é a isto que eles chamam de... de amor... eu... eu acho que te amo Jack...
-Eu também te amo... e tenho a certeza de que é disto que eles falam nos livros...
Ele afasta uma madeixa de cabelo da frente dos olhos dela e aproxima-se para a beijar enquanto a envolve com o braço esquerdo e lhe segura a nuca... O beijo é longo e ela sente que todos os anos de espera renderam os seus frutos... Que afinal as suas amigas estavam erradas quando a incitavam a desabrochar com alguém para perceber o que estava a perder... afinal este era o príncipe encantado que a vida lhe reservava e finalmente lhe tinha oferecido...
Ele continuava a segurar-lhe na nuca e ela sentia-se protegida... Quando ele começou a apertar cada vez mais ela pensava que era a excitação, que o facto de não se conseguir mexer era a paralisia da emoção... Mas quando sentiu um golpe sêco na fonte, o sangue quente a escorrer pela cara enquanto o via a afastar a cara com uma expressão de pesar, percebeu o quão estava errada...
-Eu também te amo querida... -disse ele com uma voz sofrida, e virando o olhar para o rio murmura- Eu amo-vos a todas...
Afagou com o polegar a pedra de calçada que tinha na mão direita e desferiu novo golpe, e outro, e outro... Até não restar humanidade naquele rosto que até há pouco se assemelhava ao de um anjo... Espalhou o sangue pelo cabelo dela até ficar com um tom ruivo e despediu-se enquanto a empurrava para a beira do pontão...
-Adeus Lurdes...
A dôr foi insuportável, tanto que já entrara em choque e já pouco sentia... E no choque já não percebia o que se passava e o porquê de ele lhe estar a chamar um nome que não era seu... e nesta dúvida ficou quando sentiu a àgua gelada a engolir o seu corpo, e a encher os seus pulmões...
Em breve tudo acabava...
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
O guião perfeito
- "E depois de beijar Emília, Rui olha para o céu e manda-se do precipício", é o que diz aqui...
- O Rui também?
- Também...
- Não percebo nada disso...só pode estar mal!
- É o que está aqui escrito.
- Não sei porque aceitámos isto...quem é que o escreveu?
- Não faço ideia, um tal de Ads. Mas olha: "Emília segue-o e manda-se do precipício"...
- Outra! Já lá está praticamente o elenco todo e a telenovela só começou há 5 minutos!
- Acho que é mesmo assim.
- Só ficam o José e a Sónia!
- "Então José, ainda combalido, manda-se do precipício"...
- O Rui também?
- Também...
- Não percebo nada disso...só pode estar mal!
- É o que está aqui escrito.
- Não sei porque aceitámos isto...quem é que o escreveu?
- Não faço ideia, um tal de Ads. Mas olha: "Emília segue-o e manda-se do precipício"...
- Outra! Já lá está praticamente o elenco todo e a telenovela só começou há 5 minutos!
- Acho que é mesmo assim.
- Só ficam o José e a Sónia!
- "Então José, ainda combalido, manda-se do precipício"...
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Jackson Pollock
Vou fazer uma pausa nesta bernardice toda que aqui se passa. Este é o nº 33 do Pollock, vão aqui e tentem vocês fazer um, se ficar giro e não for o típico desenho de uma pila, enviem que eu ponho na lurdes.
"It doesn't matter how the paint is put on, as long as something is said." - Jackson Pollock (1912-1956)
descobertas...
o tolkien afinal n era um génio, acabei de me aperceber de que todas as suas historias sao uma analogia para o mundo homossexual... (daí a "terra média" - vulgo in between...) toda a gente já sabe que o frodo era um amante de samwise gamgee... Que o "grande Olho" é a bicha que está sempre à espreita no fundo do balcão do Trumps... que os elfos sao meros meterossexuais... mas o que descobri... foi que com uma mera troca de letras... o "grande livro" que o "tio" de frodo lhe deixa para "acabar de escrever" é nem mais nem menos que "There on my back again - a faigot's tale by filfo faggins"... e mais n digo...
To bi continued...
To bi continued...
Então começaria assim...
A lesma era, de facto, viscosa e fria. Rafael tinha feito a aposta certa na mesa da sua curiosidade interior quando a dúvida lhe empurrou o dedo para tocar em tão invulgar bicho.
Sentado no segundo ramo da sua árvore preferida do bosque perto da sua casa, Rafael, de cabelos loiros e desgrenhados, ia descobrindo mais particularidades deste jogo chamado vida que tinha começado a jogar há cerca de nove anos atrás. Sempre revelou uma mente extremamente curiosa, desde que, com cinco anos desmontou a televisão do quarto da irmã para ver o que sucedia no interior de tão mágico objecto. "Ainda vai ser um cientista!" dizia a mãe, a dona Lurdes, aproveitando essa particularidade de Rafael para sentir alguma esperança e orgulho no filho, secretamente desiludida que se sentia pelo ligeiro grau de autismo de que este sofria, e que lhe dificultava a vida nas relações com outras crianças e na escola. Os professores diziam que ele tinha muitas dificuldades de concentração nas aulas, pelo que as suas notas escolares não compunham nenhuma sinfonia. No recreio tinha tendência para o isolamento, o que despoletava por vezes comportamentos abusivos por parte de alguns colegas. Curiosamente a sua maior amizade naquela escola era com uma contínua de idade já avançada, a dona Alice, com a qual estabeleceu uma curiosa relação desde o primeiro dia de aulas. Nalguns dias, nalguns intervalos, o Rafael ia ter com a dona Alice e simplesmente fazia-lhe perguntas, de todos os géneros, sobre tudo. De forma singelamente sincera, a contínua tentava fazer o seu melhor para satisfazer a curiosidade do petiz, que a ouvia de olhos gulosos, embalado pelo timbre doce.
- Duas da tarde, já?!
Rafael lembrou-se das suas obrigações logo após o episódio com a lesma e teve a desagradável surpresa do seu relógio lhe indicar que já estava atrasado para o início das aulas da parte da tarde. Com um impulso de braços saltou do ramo para o chão e começou a correr desenfreadamente pelo bosque. "Bolas, a professora já vai ralhar comigo" pensou, não contendo um esgar de sofrimento por antecipação ao recordar-se da última vez que chegara atrasado.
Ao sair do bosque aproximando-se da aldeia, Rafael começou a notar algo de estranho. Um barulho. Um barulho maquinal que vinha da aldeia. Intrigado, aumentou o ritmo da sua corrida ouvindo o barulho cada vez mais próximo. Começou então a notar formas no ar, lá ao fundo. "Helicópteros?" - perguntou-se. Sim, eram definitivamente helicópteros. Nesta altura Rafael já estava completamente baralhado pois nunca tinha visto semelhantes veículos, a não ser na televisão. Ao penetrar na aldeia Rafael observou uma multidão agitada que se concentrava perto da entrada da sua escola. Mas o impressionante cenário era principalmente resultante da enorme quantidade de veículos do exército a rodear a escola, com soldados de arma em riste a tentar controlar a massa humana, que agitadamente se debatia pelo melhor ângulo de observação para o interior da escola.
Perante isto Rafael parou a sua corrida, não só para recuperar algum fôlego, mas também para registar melhor a incredibilidade do que estava a observar.
Passados alguns segundos Rafael retomou o passo, agora bem mais lento, em direcção à multidão. Quando lá chegou, a primeira pessoa que o viu, a dona Filó da papelaria, berrou estridentemente:
- Rafael!!
Os que lhe ouviram o grito, algo abafado por todo o ruído inerente ao momento, inquiriram prontamente a criança, exaltados:
- Porquê tu?!
- O que é que tu sabes?! Tás em todos os canais!
Rafael, totalmente perplexo e assustado, caminhava a custo por entre a multidão até à entrada da escola, controlada por soldados. Ao lá chegar observou outro cenário absurdo. Todas as crianças da escola em filas controladas pelos soldados, professoras e crianças histéricas aos gritos que apenas eram superados pelo violento ruído dos helicópteros que pairavam sobre a escola. A gerir a situação pareciam estar uns homens de fato escuro. Reparou que alguns dos soldados tinham no uniforme uma bandeira que bem conhecia dos filmes. A americana.
- É aquele!!!
"Bolacha", o gordo brigão que tinha perdido para Rafael o jogo de berlindes no dia anterior apontava-lhe o dedo, indicando-o aos soldados, qual futuro delator de excelência. Com celeridade, soldados e homens de fato aproximaram-se de Rafael, acercando-o. Uma mancha liquida ia-se alastrando pelas suas calças abaixo...
- Soldier, translate to the boy! Are you Rafael João Neves Sousa? - berrou um dos homens de fato para um soldado que não possuía a bandeira americana no uniforme.
- Tu é que és o Rafael João Neves Sousa? - perguntou o soldado agressivamente ao petiz, ao que este respondeu um tímido "Sim.." já sem olhar nos olhos de ninguém, tal era o terror. Sem esperar pela tradução, o homem de fato berrou:
- Ok! Bring the boy, lets go to the chopper! Private Pontes, you come with us to translate! Portuguese army, thank you for your cooperation, you are dismissed!
Um dos soldados pegou em Rafael pelo colarinho com uma só mão e levou-o para fora do recinto para o maior dos helicópteros que entretanto tinha pousado. Com eles foram ainda os homens de fato e alguns soldados, entre os quais o soldado Pontes. O helicóptero elevou-se no ar com Rafael apertado entre dois soldados, já a chorar completamente atordoado com toda a situação e sem entender nada do que aqueles homens brutos gritavam uns para os outros. Passados alguns minutos de berreiro inicial, já com a tripulação um pouco mais calma, um dos homens de fato ordenou ao soldado Pontes:
- Ok private, explain the situation to the boy!
Pontes virou-se para Rafael:
- Rafael, sabes o que se está a passar?
- N..não.... - murmurou Rafael, entre soluços.
- Há cerca de 3 horas atrás aterraram 2 objectos voadores não identificados na Antártida, 1 de forma oval e o outro em forma de pirâmide. Entraram imediatamente na frequência de rádio do exército americano e, num inglês perfeito, disseram-lhes para observarem a lua durante os próximos minutos. De repente os cientistas da NASA constataram que a lua se começou a mover a cerca de 120 Km/h em direcção à Terra! Avisaram que se tentassem algum tipo de retaliação eles aumentavam consideravelmente a velocidade. Depois foi a parte mais estranha: dizem que a única forma de parar isto é levarem até eles o Rafael João Neves Sousa! Confirmaram a tua morada, idade e número de bilhete de identidade! Dizem que precisam urgentemente de comunicar contigo! Que só tu sabes a informaçao de que precisam! Percebes?! Se não fores lá falar com eles é o fim do planeta Terra!! O que é que tu sabes afinal?!
Rafael estava completamente a anhar...
Sentado no segundo ramo da sua árvore preferida do bosque perto da sua casa, Rafael, de cabelos loiros e desgrenhados, ia descobrindo mais particularidades deste jogo chamado vida que tinha começado a jogar há cerca de nove anos atrás. Sempre revelou uma mente extremamente curiosa, desde que, com cinco anos desmontou a televisão do quarto da irmã para ver o que sucedia no interior de tão mágico objecto. "Ainda vai ser um cientista!" dizia a mãe, a dona Lurdes, aproveitando essa particularidade de Rafael para sentir alguma esperança e orgulho no filho, secretamente desiludida que se sentia pelo ligeiro grau de autismo de que este sofria, e que lhe dificultava a vida nas relações com outras crianças e na escola. Os professores diziam que ele tinha muitas dificuldades de concentração nas aulas, pelo que as suas notas escolares não compunham nenhuma sinfonia. No recreio tinha tendência para o isolamento, o que despoletava por vezes comportamentos abusivos por parte de alguns colegas. Curiosamente a sua maior amizade naquela escola era com uma contínua de idade já avançada, a dona Alice, com a qual estabeleceu uma curiosa relação desde o primeiro dia de aulas. Nalguns dias, nalguns intervalos, o Rafael ia ter com a dona Alice e simplesmente fazia-lhe perguntas, de todos os géneros, sobre tudo. De forma singelamente sincera, a contínua tentava fazer o seu melhor para satisfazer a curiosidade do petiz, que a ouvia de olhos gulosos, embalado pelo timbre doce.
- Duas da tarde, já?!
Rafael lembrou-se das suas obrigações logo após o episódio com a lesma e teve a desagradável surpresa do seu relógio lhe indicar que já estava atrasado para o início das aulas da parte da tarde. Com um impulso de braços saltou do ramo para o chão e começou a correr desenfreadamente pelo bosque. "Bolas, a professora já vai ralhar comigo" pensou, não contendo um esgar de sofrimento por antecipação ao recordar-se da última vez que chegara atrasado.
Ao sair do bosque aproximando-se da aldeia, Rafael começou a notar algo de estranho. Um barulho. Um barulho maquinal que vinha da aldeia. Intrigado, aumentou o ritmo da sua corrida ouvindo o barulho cada vez mais próximo. Começou então a notar formas no ar, lá ao fundo. "Helicópteros?" - perguntou-se. Sim, eram definitivamente helicópteros. Nesta altura Rafael já estava completamente baralhado pois nunca tinha visto semelhantes veículos, a não ser na televisão. Ao penetrar na aldeia Rafael observou uma multidão agitada que se concentrava perto da entrada da sua escola. Mas o impressionante cenário era principalmente resultante da enorme quantidade de veículos do exército a rodear a escola, com soldados de arma em riste a tentar controlar a massa humana, que agitadamente se debatia pelo melhor ângulo de observação para o interior da escola.
Perante isto Rafael parou a sua corrida, não só para recuperar algum fôlego, mas também para registar melhor a incredibilidade do que estava a observar.
Passados alguns segundos Rafael retomou o passo, agora bem mais lento, em direcção à multidão. Quando lá chegou, a primeira pessoa que o viu, a dona Filó da papelaria, berrou estridentemente:
- Rafael!!
Os que lhe ouviram o grito, algo abafado por todo o ruído inerente ao momento, inquiriram prontamente a criança, exaltados:
- Porquê tu?!
- O que é que tu sabes?! Tás em todos os canais!
Rafael, totalmente perplexo e assustado, caminhava a custo por entre a multidão até à entrada da escola, controlada por soldados. Ao lá chegar observou outro cenário absurdo. Todas as crianças da escola em filas controladas pelos soldados, professoras e crianças histéricas aos gritos que apenas eram superados pelo violento ruído dos helicópteros que pairavam sobre a escola. A gerir a situação pareciam estar uns homens de fato escuro. Reparou que alguns dos soldados tinham no uniforme uma bandeira que bem conhecia dos filmes. A americana.
- É aquele!!!
"Bolacha", o gordo brigão que tinha perdido para Rafael o jogo de berlindes no dia anterior apontava-lhe o dedo, indicando-o aos soldados, qual futuro delator de excelência. Com celeridade, soldados e homens de fato aproximaram-se de Rafael, acercando-o. Uma mancha liquida ia-se alastrando pelas suas calças abaixo...
- Soldier, translate to the boy! Are you Rafael João Neves Sousa? - berrou um dos homens de fato para um soldado que não possuía a bandeira americana no uniforme.
- Tu é que és o Rafael João Neves Sousa? - perguntou o soldado agressivamente ao petiz, ao que este respondeu um tímido "Sim.." já sem olhar nos olhos de ninguém, tal era o terror. Sem esperar pela tradução, o homem de fato berrou:
- Ok! Bring the boy, lets go to the chopper! Private Pontes, you come with us to translate! Portuguese army, thank you for your cooperation, you are dismissed!
Um dos soldados pegou em Rafael pelo colarinho com uma só mão e levou-o para fora do recinto para o maior dos helicópteros que entretanto tinha pousado. Com eles foram ainda os homens de fato e alguns soldados, entre os quais o soldado Pontes. O helicóptero elevou-se no ar com Rafael apertado entre dois soldados, já a chorar completamente atordoado com toda a situação e sem entender nada do que aqueles homens brutos gritavam uns para os outros. Passados alguns minutos de berreiro inicial, já com a tripulação um pouco mais calma, um dos homens de fato ordenou ao soldado Pontes:
- Ok private, explain the situation to the boy!
Pontes virou-se para Rafael:
- Rafael, sabes o que se está a passar?
- N..não.... - murmurou Rafael, entre soluços.
- Há cerca de 3 horas atrás aterraram 2 objectos voadores não identificados na Antártida, 1 de forma oval e o outro em forma de pirâmide. Entraram imediatamente na frequência de rádio do exército americano e, num inglês perfeito, disseram-lhes para observarem a lua durante os próximos minutos. De repente os cientistas da NASA constataram que a lua se começou a mover a cerca de 120 Km/h em direcção à Terra! Avisaram que se tentassem algum tipo de retaliação eles aumentavam consideravelmente a velocidade. Depois foi a parte mais estranha: dizem que a única forma de parar isto é levarem até eles o Rafael João Neves Sousa! Confirmaram a tua morada, idade e número de bilhete de identidade! Dizem que precisam urgentemente de comunicar contigo! Que só tu sabes a informaçao de que precisam! Percebes?! Se não fores lá falar com eles é o fim do planeta Terra!! O que é que tu sabes afinal?!
Rafael estava completamente a anhar...
domingo, 2 de dezembro de 2007
O Verificador por Palavras que tomou consciência.
Voltei ao Verificador por Palavras para tirar a limpo se tinha ou não uma mente própria, decidi fazer uma pergunta simples e casual pois não sabia como um Verificador por Palavras com inteligência iria reagir, porque obviamente não podia concluir com certeza se os Verificadores por Palavras se regem pelas mesmas regras sociais que nós.
Parece afável o Jorge o Verificador por Palavras.
«Caixilharias»
Estava aqui a olhar para as arestas da caixilharia de alumínio que compõe a janela do meu quarto quando me lembrei do senhor Zé.
O senhor Zé, responsável pela maior casa de caixilharia de alumínio de Luanda, era um sujeito impecável e muito afável, mas por vezes tinha comportamentos estranhíssimos.
Sempre que íamos em caçadas pelo Lobito adorava falar – e muitas vezes até gritava entusiasticamente - sobre o quanto era importante saber trabalhar o alumínio "de forma a isolar do frio! É que trabalhar as arestas é uma arte!", o que era uma chatice porque espantava a caça toda.
Lembro-me bem de em certo dia ter na mira uma Popota, já adulta, quando o senhor Zé exclamou que "se as portas não ficam bem juntas a borracha não sela...e entra o frio!!!!" e a sacana fugiu.
Estávamos em mil-nove e sessenta e sete.
Mas sim, trabalhar as arestas é uma arte, reconheço-o hoje...
Esperem, não era nada o senhor Zé, era o Chico preto.
Era mesmo esse! Esse é que trabalhava o alumínio como ninguém!
O senhor Zé, responsável pela maior casa de caixilharia de alumínio de Luanda, era um sujeito impecável e muito afável, mas por vezes tinha comportamentos estranhíssimos.
Sempre que íamos em caçadas pelo Lobito adorava falar – e muitas vezes até gritava entusiasticamente - sobre o quanto era importante saber trabalhar o alumínio "de forma a isolar do frio! É que trabalhar as arestas é uma arte!", o que era uma chatice porque espantava a caça toda.
Lembro-me bem de em certo dia ter na mira uma Popota, já adulta, quando o senhor Zé exclamou que "se as portas não ficam bem juntas a borracha não sela...e entra o frio!!!!" e a sacana fugiu.
Estávamos em mil-nove e sessenta e sete.
Mas sim, trabalhar as arestas é uma arte, reconheço-o hoje...
Esperem, não era nada o senhor Zé, era o Chico preto.
Era mesmo esse! Esse é que trabalhava o alumínio como ninguém!
Morava na rua de baixo e tinha uma filha bem engraçada...era o Chico preto.
O senhor Zé era uma besta...
O senhor Zé era uma besta...
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